Eu trabalho pra viver Vivo pra me esconder Me escondo sem poder Me contrapor ou insurgir Sou obrigado a engolir Uma rotina miserável Minha vida sendo sugada Minha saúde ignorada Sangue, fome, morte Escorre bueiro abaixo Não há nenhum questionamento E nem contraste pra tristeza Nesse ciclo desgraçado Preso nessa jaula Não há nenhum entendimento E nem remédio pra fraqueza A minha volta eu presencio Vejo notícias de suicídio Desempregados, violentados Ninguém mais vê sentido nisso Sangue, fome, morte Enfiado goela abaixo E só aumenta o meu ódio à burguesia E sua corja violenta