Sinto falta das tardes molhadas de ensino médio O tênis ensopado entrando no elevador do prédio As caras todas embebidas no tédio Os olhos se perdiam na janela do lado de fora Os olhos se perdiam nas tardes chuvosas Os olhos se perdem nas ruas e nas multidões Eu sou todos Mas não sou eu, mas não sou eu Tudo está em seu devido lugar A vida me acordou e eu me esqueci de sonhar Em meu devido lugar Mas que falta faz me perder Em meio aos campos de centeio Os olhos se perdem na profundeza do penhasco O presente, as pessoas, o enjoo, e o asco Me embriago na escuridão que permeio Eu caí, e ninguém me apanhou Tudo está em seu devido lugar A vida me acordou e eu me esqueci de sonhar Em meu devido lugar A física me disse uma vez que fótons entrelaçados Sentem um ao outro mesmo por um globo separados Mas não demorou para vida me dizer um dia Que dois corações entrelaçados Não seriam o suficiente Aquela sala de aula Os olhos se mantinham em calma Aquelas fórmulas fáceis da vida