Vamos, não chores Destruí o nosso Desmoronei o nosso lar Mas me deixa entrar Tudo somado, devias Precipitar-te de vez nas águas Estás nu na areia, no vento Dorme, meu filho Soltei as rédeas que guiavam minha mente Como é bom não desejar estar em outro lugar A vida é mais bonita no presente Adiar o bem faz mal Foi a distância que mudou nossa estação E quem me levará sou eu Deixo o mar furado e volto para me refrescar Minha alma por hora fica sem pesar na cidade sem amor Mas a ausência fica firme onde eu for A ausência é um estar em mim E sinto-a branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços Que rio e danço e invento exclamações alegres Porque a ausência, essa ausência assimilada Ninguém a rouba mais de mim Eu tô trancado num seno fadado a oscilar Lembrando o tempo tão negro da serra E eu até voltei pra provar que venci mas fingi Jogo com as cartas que tenho E se eu não tenho mar Tenho caminhos tão cegos, tão tortos Que podem levar a Pasárgada Sei lá, vou tentar E esse cinza no céu só da saudade daí E se eu deixasse o ouro e ficasse um pouco mais onde eu queria estar?