Ao anoitecer em minha cama eu ouvia Crianças a catar lixo nos destroços Famintos a devorar restos como porcos Acontece toda noite Mas não posso achar normal Não sei porquê, não consigo me acostumar Quantas vezes eu chorei Por não saber o que fazer Quantos vezes eu chorei Por ver o povo a sofrer Quantas vezes eu chorei Até Lenin me dizer? O que fazer Escute camarada a hipocrisia desses sons Tocados por filarmônicas em todos os palácios O mundo está cheio de gemidos abafados A disciplina a surgir Num partido do povo a aflorar E cabe a nós essa bandeira levantar Para o operário que labuta o aço Para o estudante e sua bandeira Para o camponês e sua foice Com as flores socialistas E o brilho do Partido Comunista Outros jardins surgirão Quantas vezes eu chorei Por não saber o que fazer Quantos vezes eu chorei Por ver o povo a sofrer Quantas vezes eu chorei Até Lenin me dizer? O que fazer