Stuart

Anti-Herói Barriga Verde

Stuart


Sentado na varando de um apartamento 
De um hotel qualquer - sete reais por dia 
Ou na sala de estar da sua casa gigantesca 
Com móveis pitorescos. Estranhos ao simples olhar. 

O anti-heroi barriga verde, esteve aqui pela manhã 
As cores foscas e desbotadas - quis não falar. 

Andando pelas ruas cinzas da cidade triste 
Inflamando poesia no olhar das pessoas que não existem 
Ou nas largas avenidas de São Paulo afora, 
nos restaurantes caga-sangue 
Nos sebos de velhas estórias 

O anti-heroi barriga verde, esteve aqui pela manhã 
As cordas velhas e enferrujadas no violão 

Duas horas da manhã, seis horas da tarde, 
nunca é tarde - pra voltar 
Vai que a vida não é novela, o telefone demora pra atender 
E as lembranças não têm tanto eco. 

O anti-heroi barriga verde, vendeu sua televisão 
comprou o novo disco do Iggy Pop 
E as cordas pro violão.