Componho assim meus arreios: com um assovio fronteiro Que traz mais força na perna quem calça a espora primeiro Pra cantar dia na noite de algum madrugar campeiro Quem abre o peito nas grotas pra ecoar nas canhadas Sabe das baldas das potras e das curvas das estradas Quando o olhar sabe da sina de andar campeando pisadas Quem reza ao deus campechano tem a querência no arreio Sabe das voltas de um poncho na armação de um tempo feio E que o encontro de um frete é de partir um boi no meio Recomponho então as garras no fundão de uma invernada Quando o bocal gruda o pasto na boca de uma gateada Que pouco sabe das domas negaciando a boca d'água A perna retorna ao estribo como uma corda pra o ganho Parecendo adivinhar que o trote se torna ancho A gateada se ladeia prenunciando a volta ao rancho