Mais uma vez eu precebo Que todos somos estradas Que, às vezes, são paralelas E , às vezes, encruzilhadas. Lá um dia se desfazem As nossas mãos que eram dadas Se apagam risos e rostos E as tardes ensolaradas. Cada um inventa um rumo Pra se sentir mais feliz; E apagamos nossas magoas Que foram feitas com giz. Caminhamos em nos mesmos, Enxugando o sal da fonte; Somos estradas e olhares... Cada olhar, um horizonte. Quando, enfim, nos encontramos, Bebemos iguais serenos; Mas, um dia, o desencontro Nos enche os braços de anseios. Sejamos, então, nas tardes Sorriso de estrada larga Pra que os sonhos sejam leves E breve o peso da carga. E, lembrando o que sorrimos, Suavizemos os espinhos; E andaremos sempre juntos Embora andando sozinhos...