Vai ecoar O canto da negra raiz do samba Ao som do tambor que vem lá de luanda Uma linda história O acordeon a sua inspiração Lá pras bandas do sertão O tom do violão mostra que a verdade vai vencer O que será do verso sem luar? Pra colorir a vida ao te ver cantar O rei da brincadeira, ê josé Não tem mais confusão, ê joão Esse mundo dá voltas, camará Zum zum zum zum zum, capoeira A voz que não se cala clama a liberdade A lagrima resume a saudade Ah! Se eu puder falar com Deus Na luz dos meus orixás E na força dos filhos de Gandhi a paz vai eternizar A fé, esperança do povo Que tudo pode melhorar Seguindo os passos que o mundo aplaudiu Aquele abraço, Gilberto Gil Hoje a sua voz vai emocionar Só quem é vai vai sabe o que é amar! Na bela vista todo mundo vai sambar com fé Porque a fé não costuma faiá Irmão de olho claro ou da guiné Qual será o valor? Pobre artigo de mercado Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor Tenho sangue avermelhado O mesmo que escorre da ferida Mostra que a vida se lamenta por nós dois Mas falta em seu peito um coração Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz Eu fui mandinga, cambinda, haussá Fui um rei egbá preso na corrente Sofri nos braços de um capataz Morri nos canaviais onde se planta gente Ê calunga! Ê ê calunga! Preto velho me contou, preto velho me contou Onde mora a senhora liberdade Não tem ferro, nem feitor Amparo do rosário ao negro benedito Um grito feito pele de tambor Deu no noticiário, com lágrimas escrito Um rito, uma luta, um homem de cor E assim, quando a lei foi assinada Uma lua atordoada assistiu fogos no céu Áurea feito o ouro da bandeira Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel Meu Deus! Meu Deus! Se eu chorar não leve a mal Pela luz do candeeiro Liberte o cativeiro social Não sou escravo de nenhum senhor Meu paraíso é meu bastião Meu Tuiuti, o quilombo da favela É sentinela da libertação