Canto um canto leve Para levar em todo canto Mais amor e menos pranto E planto mais sonhos pequeninin Pra de pouquin em pouquin Cresçam em flor assim E flor E flor crescendo Sonho que cresça seu coração Mas tenha coragem De ainda ser Menino Canto um canto leve Para levar doçura Que a flor que cresce Às vezes esquece Sua ternura Esse canto é breve Mais quis dispersar o sono Que às vezes se deita em nossa vida, em nossos sonhos Esse canto é breve Mais quis dispersar o sono Que às vezes se deita em nossa vida, em nossos sonhos É de pouquinho em pouquinho Abre os olhos, meninin É de pouquinho em pouquinho Ciranda em um jardim É de pouquinho em pouquinho De passo pequeninin Abra os olhos, vem andar Abra os sonhos, vem sorrir Abra o dia e vem cantar É de pouquinho em pouquinho Abre os olhos, meninin É de pouquinho em pouquinho Ciranda em um jardim É de pouquinho em pouquinho De passo pequeninin Abra os olhos, faz mudar Abra os sonhos, vem sorrir Abra o mundo pra voar Com a poeira vai girar A menina Guardada em ti Era nascente ou poente Não se sabe se era o seu chegar ou partir O que se sabe é que a borboleta no asfalto Era poesia do improvável A lembrança da delicadeza como também Uma necessidade nas correrias dos dias Um pouco mais longe, a viagem A beira, as árvores e sua sombra Ao longe, a luz avermelhada deixada pelo Sol Pelo seu chegar e partir Não se sabe de como a sua chegada Mas o estar ali da borboleta Soprava delicadamente nos olhos Uma doce afronta de querer voar De acreditar na dança bailada De quando a poeira dança das coisas Da necessidade de arriscar sonhar Mesmo que breve Mesmo que pouco Mesmo que ainda semente E ainda asfalto Sonhar com uma coragem de amar a terra de baixo junto De amar a semente de baixo da asa De voar até ela possa romper De fazer ela brotar E crescer Foi assim Desde o primeiro sopro O primeiro casulo O primeiro pó A borboleta no asfalto Poesia do improvável Era também eu asas Eu coragem Era eu na cara do redemoinho Eu, fora do casulo Eu, memória da terra Eu vaso grande Eu, escritas de sonhos do que guardado em mim Eu, sino da memória Eu acordada de mim Eu em todos os outros Todos de tudo em mim Era eu, poeira dançante