Quando o vento lhe diz Às cinco e meia da tarde Que você é passagem Na calma sem remédios do sábado E o século é adolescente E o ano recém-nascido E a paz pousa na amendoeira Sobre a folhagem Quando o café adoça o silêncio E o cheiro de fósforo queimado Que Alessandra usou Pra acender o cigarro Perfazem um quadro E até os carros, lá embaixo, parados São suaves no silêncio da tarde Quanto verão verá Quantos verões virão Incontáveis verões Muitos verões virão Incontáveis verões