Ê, joga a rede no mar Sou peixe a mergulhar, desvendar Yemanjá vai guiar O bailado da águia real, odoyá! Bravio mar Que se quebra em espuma e cor No espelho azul se enfeitou Trazendo ao leme, a bonança Fez revelar O caminho à atlântida Na escuridão, há esperança O breu é vida aos olhos do lugar E sob a fúria de tupã O índio guerreiro se transformou Pois no balé dessas águas O mito divaga a quem navegou Ouça o canto da sereia À Lua cheia enfeitiçar Onde mora o meu sonho Vinte mil léguas vou além pra encontrar E quando rola o pranto Da doce menina O encanto se faz esperança No reino de uma criança Vou procurar Em meio aos sete mares, vou te encontrar Içar o coração de um nobre pescador Cujo sustento é pedaço deste chão Desenhei no céu os teus corais Que ao lado do pai fazem constelação Um dia a jangada sempre há de voltar Trazendo à oxum amor e devoção