Menino marrom escuro, Do gueto, primeiro suspeito Tinha todos os motivos Pra botar a mão no chico preto Alguns atrás de curtidas Outros atrás de comida Te apresento o menino preto Pra mim um exemplo de vida Brincando de pique esconde Depois de voltar da escola Longe do bonde Perguntaram: E aí, quer uma bola? Travou a respiração, disse "não" Porque sabia que só tinha essa "única" opção Certo ou errado, foi assim que sua mãe lhe ensinou Talvez uma sabedoria que ele também herdou Era muito inquieto, brigão e em termos, até disciplinado Pra mãe bom filho, pra psicanálise um castrado "Neguin, tu não curte lombra, Não cola em frevo, não pega mina, que que tu faz? Tu é um bosta!" Aquela foi a primeira grande tristeza da sua vida Por que pra pergunta feita ele não sabia a resposta Refrão: Ei, você, pivete com a mão na.40 Ei, você, pivete que tá no mundão Esse é um conto, mas não é o do filho do gepeto Esse conto é sobre você, menino preto, minha inspiração Ei, você, pivete com a mão na garruncha Ei, você, pivete que tá na contenção Quem conta um conto aumenta um ponto, verdade Mas no mei' de tanta mediocridade, cê' pode ser exceção O menino preto é astuto, velhaco, safo, é maloqueiro nato O que usa pra descobrir o "x" poderia ser usado num assalto Falando em assalto, com ele só foi uma vez Porque dois tava de bike e ele foi rendido por três Rolou uma brincadeira que, menos ele, geral riu Comprimiram a pele dele e falaram "olha o mapa do brasil" Chorou, o coração a não sei quantos bpm Por vários anos usano calça e passando o dobro de creme Mermo assim ele estudava, era o mestre das palavra... E dos palavrão Daqueles que se fizesse a prova do enem, tirava fácil 980 na redação Leu um romance do jorge amado e se identificô Dos capitães de areia, ele era o professor Mas queria sim ter toda a moral do pedro bala Não tinha tanta coragem, afinal, viu muito nêgo indo pra vala Refrão: Ei, você, pivete com a mão na.40 Ei, você, pivete que tá no mundão Esse é um conto, mas não é o do filho do gepeto Esse conto é sobre você, menino preto, minha inspiração Ei, você, pivete com a mão na garruncha Ei, você, pivete que tá na contenção Quem conta um conto aumenta um ponto, verdade Mas no mei' de tanta mediocridade, cê' pode ser exceção Das tantas crias que ele trombou na sua trilha, Somente ele se formou e formou a própria família Chegou na academia, tirado como uma pessoa leiga Demonstrou estar firme... Que nem um prego na manteiga E ele tinha umas onda cabulosa Lia desde joão antônio até gabito e jorge mario vargas llosa Ouvia de tudo, de todas as artes ele era fã Todas as literaturas até os quadros de rembrandt Não deixou ninguém ditar o que ele era, pois bem Sujeito histórico, sabia muito bem de onde vem Conhecia as pessoas, as lenda, os folclore e tudo que veio de lá Guerreiro resistente da memória popular Se pá, poderia fazer o que lhe era pedido, possas crer Mas o mlk é zica e aprendeu a desobedecer Sabe chegar e sabe sair, essa é a pura verdade Mais que referência pra ela, ele serve a comunidade Refrão: Ei, você, pivete com a mão na.40 Ei, você, pivete que tá no mundão Esse é um conto, mas não é o do filho do gepeto Esse conto é sobre você, menino preto, minha inspiração Ei, você, pivete com a mão na garruncha Ei, você, pivete que tá na contenção Quem conta um conto aumenta um ponto, verdade Mas no mei' de tanta mediocridade, cê' pode ser exceção.