Andei pelo último ciclo do inferno, por pouco não me afoguei Vi minha vida em diversas janelas Os demônios dentro de mim já estavam tomando forma, mas uma voz me salvou Uma única voz me salvou de ficar de perdido na escuridão eterna A pintura mostraria um quadro que existiria Caso tivesse ficado na lama, a lótus abriria E sua luz não me salvaria, a promessa acabaria Todos os esforços seriam em vão Não quebraria o ciclo Teria medo dos fantasmas Que hoje se tornariam cicatrizes Que me ensinariam a não cometer os mesmos erros do passado Assim eu não iria tão fundo Não me perderia no futuro E o vazio não ficaria enorme Abra seus olhos, olhos de Shiva Veja através do véu de Maya Amanhã as lágrimas limpariam sua alma Na dança cósmica, a Matrix se exibiria Mudanças e transformações, abalariam inércia As crises se extinguiriam e tu renasceria Assim veria tudo que se consumiria em chamas Abra seus olhos, olhos de Shiva Veja através do véu de Maya Não se deixe levar pela dualidade Transcenda a morte, até alcançar O Samadhi Vida se eu te pedir pra me ajudar você ajuda? Vida tô cansado de caminhar de quem é a culpa? Vida só trancos e barrancos a estrada é dura Parei num bar com um alguém qualquer Ri pra aliviar o cansaço de ser contra maré O que eu carrego no meu peito é só amargura Eu sei que não tá fácil E a sua eu já saquei qual é Coração em frangalhos pouco espaço pra meter o pé Corredor estreito ou segue em frente Ou perde tempo voltando de ré É tão difícil ser contra maré É tão difícil não saber quem é É tão difícil perder por ter fé