Sid Luz

Desperto

Sid Luz


Enquanto muitos dormem
Me esforço em me manter não mais que sonolento
Enquanto as falas somem
Me esforço em ouvir os gritos do silêncio
Enquanto as mãos encolhem
Me esforço em mover ao menos os dedos
Enquanto os olhos fogem
Me esforço em me manter no mínimo atento

Sei que vai precisar quem desperto está, quando se obrigar desse sono acordar
Quando a indolência chegar num ponto dominador
De não se perceberem a si mesmos após o sono opressor

Enquanto as folhas caem
Me esforço em me manter mesmo no pior vento
Enquanto se destroem
Me esforço em me manter no máximo isento

Sei que ao se devastar e pouco se ficar
Vai se precisar de alguém para amparar
O pouco que restou do que conservou
Pois não se conformou com o sono insensível à dor

Enquanto muitos dormem
Pelo cansaço ou por medo seja lá o que for
Entregam suas forças sem se opor
Entregam suas forças sem se opor

E os poucos que escolhem, ficarem atentos ao sono do que é sedutor, dos pesadelos nunca terão temor
Dos pesadelos nunca terão temor