Pois foi no tempo Por aqui passou Deixou saudade Para quem ficou Quem quiser se achegar Venha aqui, vou lhe contar Uma história um pouco estranha Que não cabe a mim julgar É o caso de um amor Que de tão belo desvairou A história da primavera Que logo se apaixonou Por um simples porteiro Que na vida lhe cuidou Um moço tão calado Só sabia abrir e fechar Foi então que num instante Se pôs a arrepiar Assim tão de repente Ao ver a flor linda dançar Pois foi no tempo Por aqui passou Deixou saudade Para quem ficou Foi-se então que aconteceu O jogo da sedução Apaixonados dançavam No amor se encontravam No meio da paixão Apareceu desilusão Não podia aquela flor Dançar com tanta emoção Vocês que estão ouvindo Podem não se conformar Um povo de repente Veio sem nada explicar Amor tão inventado Não podiam suportar Cobriram a flor com pano Não podia mais dançar O que estava apaixonado Não queria se calar Chamou para um duelo E prometera se vingar O porteiro, coitado Tiro levou Mas o amor que ele sentia Era tão grande Se adesenhou Desesperado o porteiro Não mais ficou Cortou suas raízes E assim a libertou Fugiu o porteiro então Carregando sua paixão Dançar não mais podia Quanta desilusão O final, ó meus amigos Não cabe a mim narrar Tente dançar E tão logo imaginar Se ficar assim abobada Sem palavra, ligue não Pois como num sonho Se chega de supetão Se acorda na leseira Meio sem eira nem beira