Sérgio e Sandro

Disparada

Sérgio e Sandro


Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão  
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar  
Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar  
E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo 
Estava fora do lugar, eu vivo pra consertar 

Na boiada já fui boi, mas um dia me montei  
Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse 
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade  
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu 

Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte  
Muito gado, muita gente, pela vida segurei  
Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei 
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo  
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando 
As visões se clareando, até que um dia acordei 

Então não pude seguir valente em lugar tenente  
E dono de gado e gente, porque gado a gente marca  
Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente  
Se você não concordar não posso me desculpar  
Não canto pra enganar, vou pegar minha viola  
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar 

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu querer ir mais longe do que eu 
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo 
E já que um dia montei agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte num reino que não tem rei