Sérgio Reis

Matuto

Sérgio Reis


Nasci na grota, na beira do mato
Não uso sapato já tem um tempão
Filho da terra, sou um bom matuto
Despojado e bruto, não tem solução

Até tentei viver lá na cidade
Mas não foi maldade, não me adaptei
Eu gosto mesmo é de viver folgado
Bicho bem largado, já me acostumei

Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro, vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar

Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro, vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar

Trabalho muito como vagabundo
Faço pro sustento e pras minha cachaças
Aqui de tudo eu tenho um pouquinho
Tudo eu conquistei, nada foi de graça

O meu terreiro é cheio de galinha
Porco no chiqueiro, vaca bem mansinha
O meu cavalo é lerdo, mas mansinho
Pra chega na venda bem devagarinho

Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro, vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar

Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro, vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar

Se você acha que eu tô errado
Posso concordar e até te dar razão
É que eu não perco tempo discutindo
Gato ele na rede com meu violão

Se você quiser experimentar
É só chegar pra cá, vem cantar com a gente
Levar a vida sem se preocupar
Afinal, ninguém veio pra semente

Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro, vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar

Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro, vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar

E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar