Sérgio Reis

Bicho do Mato

Sérgio Reis


Sou como um bicho do mato
De instinto pacato
No meio da multidão
Entre pessoas e risos
Eu já me arrisco
Não me aventuro, não
Sou assim mesmo
E não mudo
Estrangeiro no mundo
Esquecido de alguém
Sou a semente da vida
Serpente perdida
Que vai e que vem

Lá onde o vento é morada
O tudo é  o nada
E eu não sou João Ninguém
Não há noite, não há dia
Meu canto é magia
Das terras do além
Lá que eu me banho nas fontes
Dos vales, dos montes
Da minha emoção
Tem brincadeira de roda
E a fada é a menina
Do meu coração
Quando eu voltar para
casa
Não levo mais nada, além
de mim
Sei que na minha chegada
Há um porto seguro
Um céu, um jardim
Há um cavalo alado
Nas montanhas azuis
Que vai me levar para onde
Eu preciso chegar.