Sergio Oliveira

Terra de Ninguem

Sergio Oliveira


desta que foi a terra de ninguém 
trago na alma o ar de liberdade
da história viava que a mente retém
guardo apegos e muitas saudades
como as savanas que surgem do nada
como as coxilhas de estépes nuas
o sol dourado e o pratear da lua
um pago santo desta humanidade

( o indio bravo marcou as estradas
do imigrande a linguagem que eu falo
nossas divisas foram demarcadas
a ponta de espada e pata de cavalo)

bravos felinos moravam nas matas
e o gado selvagem nos cam pos sem fim
talvles por isso o choro da cascata
quebrasse o silêncio desses meus confins
e tão somente o indio embrutecido
matas fechads e grandes pinhais
lindas vertentes nossos mananciais
na primav era um grande jardim
(   )

se este estado que é o pampa gaúcho
formou-se então da terra de ninguém
tavez por esso essa gente de luxo
de tantas raízes que de longe vem
a gigantesca mistura de raças
nosso churrasco nosso chimarrão
nossos costumes nossa tradição
e as lindas mulheres que o meu pago tem