De dentro do ônibus A cela do mundo O jornal pela janela A bagatela que ele custa Pagamos com a manchete A força que assusta Ela se repete Ela se adere Ela me repele Eu olho e não acredito Na força daquele delito Ele a matou Eis o que restou Ele a matou O jornal de mão em mão No rádio eu soube primeiro Primeira mão Um corpo no chão No primeiro sinal A notícia é normal Encontrado corpo de menino O passageiro joga o jornal de lado E segue a viagem calado Ele olha a foto do jovem E esse olhar o absorve Em seus pensamentos se recolhe Até o hiper centro Hiper meomento Hiper mundo violento Um rubor e uma raiva súbita Que passa É hora de descer Desfalecer de desgosto Na hora do trabalho Hora de desfalecer Criar novas notícias Pra que sejam lidas No mundo de amanhã