Semiáridos

Uma Saída

Semiáridos


Num vazio da vida pode tudo estar claro
E ao mesmo tempo como vidros no olhar
Na madrugada as certezas se dissolvem
E o frio da noite insiste em embaçar o meu ver

A taça se quebra e o vinho se mistura ao sangue
Abro a janela e a chuva se confunde com as lágrimas
Arrebento a vidraça e os estilhaços que se espalham
Brilham como a lua sobre a minha escuridão

Rasguem as cortinas – essa é a vida!
Abaixem as armas – não há mais luta!
Exaltem seus espíritos – não há mais corpos!
E tirem do peito o punhal – não há mais amor!

Só há desespero quando tudo está perdido
Só há devaneios quando o peito está ferido
Só há uma saída, foge depressa
Que pelo túnel passa para sempre e para nada!

Rasguem as cortinas – essa é a vida!
Abaixem as armas – não há mais luta!
Exaltem seus espíritos – não há mais corpos!
E tirem do peito o punhal – não há mais amor!