Vem chegando, o bugio, lá do mato pra ir num fandango E por ser bem tradicionalista, vem trajado de espora e de mango De bombacha e lenço no pescoço, uma bota lustrada a capricho Chegou cedo e entrou no salão e já foi procurando cambicho Bugio veio tu não te fresqueia, que a tua fama Não é das “melhor” Tu não mecha com mulher casada Que tu pode levar a pior A cordeona se abriu lá num canto E a sala já ficou lotada Coisa linda, o povo aplaudiu E o bugio morreu de dar risada Neste tranco, bem bagual, de lustrar as tábuas do salão O bugio, convidou, uma moça pra dançar o trancão Já saiu apertando a prensa, e por certo ia dar falação Não sabia quem era a moça, de vereda tomou uns empurrão Bugio veio tu vai te dar mal Se ajeita foi só um aviso Te acalme e dance direito Pra você sair de lombo liso Desse jeito que tu ta fazendo A indiada não vai te perdoar Não te meta com quem não conhece Se não hoje tu vai apanhar Eu pensei, que o bugio Dessa vez ia sair faceiro Não adianta, botar fé, Porque o bicho é mesmo fuzarqueiro Quando chega é só alegria Mas no fim arruma confusão Já saiu em baixo do mau tempo pois mexeu com a filha do patrão Bugio veio te manda embora Que a coisa ta feia pra ti Já estão te esperando lá fora Desta vez eu não vou te acudir Aproveite que ta meio escuro Vai dar tempo pra ti escapar E não volte mais nesse fandango Vai pro mato que é lá o teu lugar