Sandro Mota

A Ópera Dos Malandros

Sandro Mota


Chapéu panamá, terno de cambraia
Um bom malandro tem que ser salgueiro
Guia no peito, rei na boemia
Tem água de cheiro perfumando a academia

Sou eu, assim sou eu
Malandro nessa ópera de rua
Caminho protegido pela Lua
Canta salgueiro que esse mundo é meu
Do morro aos nobres salões
Sagaz, eu risco chão em qualquer praça
Com a graça de um barão da ralé
Quem é de boa noite vem pra roda
Me desculpem as senhoras
Malandro é malandro, mané é mané

Carteado, capoeira, cabaré sou eu
Na ginga do corpo não vai me ganhar
O amor me chama conquisto a dama
Se a sorte vira, boto a gira pra girar

Poeta das mesas de bar
Filosofia de luta e de paz
Corpo fechado, mente aberta
O malandro enverga mas não quebra
E mesmo se o dia quiser despertar
Malandragem não vou apagar, sair de cena
Vivo nas esquinas e calçadas
Na força da fé e do patuá

Alma carioca salgueirense
Esse poema vai eternizar

Cookie Consent

This website uses cookies or similar technologies, to enhance your browsing experience and provide personalized recommendations. By continuing to use our website, you agree to our Privacy Policy