Tô chegando e vim de longe, trago o som da minha aldeia Seus lamentos trago nos olhos, seus rios nas minhas veias No meu peito um tambor daquela gente sofrida e forte Que mesmo com o descaso, enfrenta a vida e não espera a sorte Meu canto é navalha, navalha de corte Sou feito a cigarra, canto até a morte Um mais um vai ser, sempre mais que dois Um mais um vai ser, sempre mais que dois Um mais um vai ser, somos mais se somos nós Os meus sapatos velhos quase meio mundo me levaram E numa dessas andanças, um par de olhos me mostraram Pois minha vida é pó, poeira, é o barro da estrada A cantoria mundo afora, mas também o voltar para casa É que tesouro é família, e família faz bem Se de noite uma bença, de manhã um amém Um mais um vai ser, sempre mais que dois Um mais um vai ser, sempre mais que dois Um mais um vai ser, somos mais se somos nós Mas os meus sapatos velhos quase meio mundo me levaram E numa dessas andanças, um par de olhos me mostraram Da minha pequena minha flor de jardim Que se banha ao sereno e se abre para mim