Quem nunca foi a Viana Não conhece viras ou gótas E se julga que me engana Bem pode ir arrumando as botas Sou rapariga do Minho Mas não me hão-de chamar galega E nenhum homem sozinho Me canta um fadinho Que um pra mim não chega Quem nunca foi a Viana Não conhece gótas ou viras E não julgue que me engana Apenas com duas mentiras Sou rapariga do Minho E não me hão-de levar à certa Mas se houver um rapazinho Que me dê carinho Deixo a porta aberta Não convidem pra bailação Quem chegou mas já trouxe par Deixem isso às raparigas Que ensaiam cantigas Por môr de bailar Deixem isso às raparigas Não façam intrigas Porque arranjam par Quem nunca foi a Viana Poderá ser pobre ou ser rico Mas não julgue que engana Se não vier ao bailico Sou rapariga do Minho E sem ser nenhuma beleza Levo a água ao meu moinho Pois visto de linho Bem à portuguesa