Voa liberdade! Entra na roda sinhá Meu povo quer igualdade, respeito Essa luta é tanto sua quanto minha Vai ter quizomba No quilombo da Rocinha Tire o preconceito do caminho Que eu quero passar com minha cor Plante flor sem ter espinhos O ódio não flagela o amor Senhor, a liberdade ainda não raiou Quem deveria me chamar de irmão Tem tanto desprezo na alma Porque se somos iguais na raiz Primatas na essência Mas só a mim restou a cicatriz? Abre a porta da senzala ôôô Me liberte das mazelas, ê favela Bananas que a vida dá A gente consome Quando a fome apertar Quero ver, quem não come E quando a liberdade é lei De congo à Chico-Rei A negritude é ouro É arte que enfrenta a chibata Nos terreiros de Ciata É mão no couro O negro é forte feito baobá Verdadeira fortaleza Coisa de orixá Ê crioulo Erga essa cabeça, vai na fé Ê crioula Mostra que a nossa raça Não é só samba no pé Não, mil vezes, não replique a dor Que o preconceito fere igual punhal Quando atravessa nosso peito