Firma na palma da mão Sacode o terreiro Salgueiro, Salgueiro Grêmio da revolução Êta povo batuqueiro Salgueiro ô, Salgueiro Sou Salgueiro De mim fez-se a luz Herdeiro da cor que seduz Academia que ensina O evangelho do mestre João Lugar de toda insurreição O paraíso na colina Quintal do fruto proibido Que foi servido ao despudor ô ô ô Lá no jardim das delícias Onde a serpente o prazer inventou E fez Adão sonhar O sonho mais real Que um Deus pagão chamou de carnaval É grená, carmim, vermelho Liberdade em profusão Paraíso do desejo Escola do meu coração Mas surgiu o pecado O certo, o errado O inferno e o céu A verdade, a mentira A vaidade, a ira O juiz e o réu Quem poderá saber julgar? Quem vai merecer redenção? Vencer o caos, não se entregar Amar em qualquer condição Por todo sangue pisado de mil mutilados Ratos e urubus E de Jesus condenado De olhos vendados Pregado na cruz Mas vejo, ressurgir na escuridão Devolvendo o sol da vida Meu vermelho pavilhão