Na mistura das culturas Nascerá o fruto cozido por esse calor Terra de muitos hábitos Do chimarrão à rapadura até o açaí in natura Alpercatas e butinas Se misturam nos arraiais e rodeios Terra onde muitos a desgraçam-na Mas nunca vão embora, quem sabe a água do Madeira? Friagem seca e poeira Atrasos e alagações fazem o seu dia Cidade judiada De bandidos-políticos te assaltam na TV Templos e bares Loteiam cada esquina de bicicletas Carros, combates nas ruas Tensão nas pistas, fervem meu sangue Caldeirão fervilhante, que não saio nunca mais Onde tudo se dilui, no calor sob nossas cabeças Não te esqueci, naquele porto velho Caldeirão fervilhante