Já bebi a minha conta E a taberna está a fechar Vinguei-me hoje da afronta Que o mundo me faz passar Passam-se os anos na pele Numa azia sem sentido E a gente acumula o fel Do tempo mal diferido Um copo contra a carestia Um copo contra a incerteza E mais um copo à ousadia De querer vencer a fraqueza Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café e um bagaço Um café Um café Um café E um bagaço (Refrão) Sou dos que tira a camisa Para socorrer um amigo Mas Deus não me recompensa Será que embirrou comigo? Um café e um bagaço Para manter o equilíbrio Para que nada troque o passo A um bom cidadão ébrio Um copo contra o sistema Um copo contra a inflação Um copo contra a gangrena Que nos dói o coração (Refrão) Já espaireci a fadiga Queria soltar o meu brado Mas sem armar grande espiga Para que não seja constado Sou respeitado e pacato Sou ordeiro sou discreto Bebo uns copos em recato Para não ir tão circunspecto Um café e um bagaço Só para assentar a bebida Quero ver tudo bem baço Só assim acho saída (Refrão) Agora estou como o aço Vou começar a plissar Um soluço e um abraço E a vontade de cantar (Refrão)