Domador xucra estampa Potro de tiro por diante Tropeiros de rumo andante E a cantilena da espora Guitarreio, alma de aurora Cantigas de campo e garras Contraponteando as cigarras Ao exaltar a memória Dos que forjaram uma história De potro, espora e guitarra De potros, rédeas, bocais Rendilhas e maneadores O ruflo dos tiradores Gritos de frente cavalo Tantos tombos de pealos Num chão bruto de mangueira Silvidos de boleadeiras Contra a rudeza dos cascos Que demarcaram os rastros Na trilogia campeira De esporas, a sinfonia Cadenciada por chilenas Choronas e nazarenas Por tentos e botas de potro Xucro destino dos outros Que tiveram por abrigo O aço firme do estrivo No rude altar de um lombilho Por santo algum Deus caudilho Nobre ancestral primitivo De guitarra as milongas Chacareras e chamarras Causando inveja as cigarras Que silenciam o seu canto Quanto a noite veste um manto De negror no céu pampeano Pra que renasça Caetano Osiris e Atahualpa E o canto de alma farrapa De Guarany e Aureliano De potro, espora e guitarra Fronteira, pampa e poesia Mescla de sonhos, magias Relinchos, primas, bordonas De tilintar de choronas De patas pisando no chão Cadenciando a pulsação Do sangue a escorrer nas veias Com cordas, bastos, maneias Presas a algum coração