Salada Tropical Eu falo da função da poesia, de negros, asiáticos e brancos, do som que faz sucesso na Bahia e eu muito pouco escuto e nunca danço. Os temas pra você não dizem nada: se eu gosto é tudo coisa de mal gosto; e eu vejo a intolerância tatuada com tinta permanente no seu rosto. Você caiu no conto dos Oitenta, um tempo sem trincheiras e partidos que deu no noves-fora dos Noventa, E quer a todo custo ouvir meu grito. Não vou pagar o pato que comeram e o pão que alguém chutou de malandragem. Não gosto da cachaça que beberam nem quero ser penetra na viagem Concreto, pós-moderno, metaleiro, barroco, Guinga, Aldir, som atonal, A gente joga tudo no pandeiro e bate um samba doce no quintal. Cansei de novidades duvidosas E quero repetir o bê-a-bá: Ninguém recria o mundo em frases novas Se nunca tropeçou na letra A. Mergulho na salada tropical, e faço com prazer um bolerinho, pescando novidades num jornal, ouvindo os velhos discos do Joãozinho.