Cana, fonte de riqueza desta terra Era verde, virou ouro e aguardente A mistura sagrada e profana Deu samba De Portugal aportou e colonizou Trouxe a escravidão Fez o negro plantar e a moenda girar Não pode parar a produção O verde do Nordeste dá o tom No engenho atraiu cobiça Depois que a garapa fermentou Acalma a alma, o corpo e a fé Na senzala ou no arrasta pé Pro solitário que está na multidão A branquinha é pura paixão Pingou a danada cachaça Trazendo ressaca pra coroa imperial Se tornou um feitiço, pro índio um susto Esta água é fogo, é coisa de bruxo Mineração, nova ilusão Aquece o barroco na arte das mãos Brasil inconfidente Independente varonil O marafo dá força à nação É São João, festança Quero beber Paraty E misturar com limão Cachaça não é água não Bate o tambor que o samba vai começar Alô garçom traz a marvada pra cá E se tem cachaça o povo fica O povo fica no embalo da Curicica