Na minha boca Na sua cara Nos olhos dela A cópia clara Ácido lento Na tatuagem Um céu cinzento Outra paisagem Não tem futuro que eu não sei Uma hora e meia já passou Um teto branco de ninguém Na área interna onde estou Na cara um rio que nasceu lá No fundo o casco da cabeça Lá fora a piso, a sala, o altar Um furo, um rasgo que amanheça Meu corpo em febre No mostruário Que chove em prantos Copo de aquário Eu sou veneno À margem seca Um passatempo Desapareça O traço esconde sua cor Censura os olhos da mulher E joga fora o condutor Em um instante que não quer Que me esqueça na areia Castelo em caixa de sabão De verde a rua beira a linha E vem a sombra do avião Na minha boca Na sua cara