Dou de cara com outro cara, Sem saber que ele sou eu. Dá no mesmo olhar-se a cara E dizer que em nada deu. Com seus olhos eu me enxergo, Eu me sinto em suas mãos. Dou por mim que estava cego Tateando a escuridão. Pois o vejo em cada espelho, Os meus olhos não são meus. São meus olhos aparelhos Que só enxergam os olhos seus. Olha o estranho destrambelho Pros meus olhos que são seus! Já não sei se olho o espelho Ou se olho os olhos meus. E face a face, mesmo contra mim, Eu me persigo a esmo Pelo labirinto que eu Ergui no impasse de me descobrir Um lado bom e um vesgo, Sigo o meu instinto até o fim. "Se ninguém vai por mim Eu vou além de mim"