Os barracos de hoje são de alvenaria Não têm mais o silêncio da ave-maria Hoje tudo é segredo E circula o medo em cada viela Hoje o morro tem dono e também tem disputa Um total abandono, filhos que vão à luta Gente que não se cansa Poesia, esperança e amor à favela A música mudou A rosa já não fala Não canta nem sorri O encanto acabou Injustiça e dor é o que tem por aí Crianças sem controle, sem o valor da vida Comunidade chora a mocidade perdida Mas ainda tem malandro que chega tarde em casa E que implora à patroa “Meu amor, me perdoa” Pra ficar numa boa Ensaboa mulata, ensaboa Mas ainda tem malandro que chega tarde em casa E que implora à patroa “Por favor, me perdoa” Pra ficar numa boa Ensaboa mulata, ensaboa 'Tô lavando a minha roupa Lá em casa estão me chamando, dondon Ensaboa mulata, ensaboa Ensaboa, tô ensaboando'.