Centenas de povos pretos Amarrados, doentes, guardados, jogados ao Léo Mesmo vivendo de baixo do mesmo céu Eles acham que nós não vamos nos superar Querem nos amarrar e bater e até nos matar Não adianta negar Sagazes povos pretos que dando pernada no canavial Aprendeu a viver e aprendeu surpreender São quarenta por cela de quatro por quatro Por culpa da pele sofrendo é um fato Negro que não nega a origem que tem No curso da história tornou-se refém Plantar é coisa de preto, colher é coisa de preto Estatisticamente provado que pra se foder o primeiro é o preto Prenderam menino gueto Sumiram neguinho no beco Enquanto isso a população Vai sendo adestrada nas rédias do medo Preto comprando e causando fissura Na mão de polícia neguinho não dura Depois de três tiros a mãe de família Vai sendo arrastada pela viatura Preto na rua correndo perigo Depois da chacina de muito amigos Eu quero saber quantas mãe de família Vão ter que chorar pelos seus Amarildos Centenas de povos pretos Centenas de povos pretos