Mareia ô, mareia Balança o tumbeiro no mar no mar Oh luar, clareia! Me faz sonhar Serenava agonia sobre a plantação Meu pecado era fome, castigo o porão De pés descalços caminhei O Ouro negro vi brotar Pinga o suor nessa terra Cada lagrima sincera derramei por este lugar! Ô, do Vale ecoava meu tambor Assim resisti a dor na força dos orixás Ooooo trabaia trabaia nego Lamento de desapego no meio dos cafezais Reluz o sonho dourado dos nobres barões O luxo da fidalguia enfeita os salões Poemas, canções ao luar Herança dos meus ancestrais Tem maculelê, capoeira, calango e jongo Tem muita canjira na gira do meu quilombo Reza pra benzer, ô crioula quilombola Entra nessa roda menina, Clementina Óh, nossa senhora venha nos valer Cirandei com fé pra me proteger Tempos de progresso Tempo de mudança Império do café, o Vale da esperança! Brilha coroa Tijucana Rosário de flores num só coração Visita o passado que foi preservado nessa região