No bojo da minha viola Eu guardo um grande sertão Igual passarin na gaiola Que voa na minha canção Se eu canto o meu canto na lida A vida é sem explicação Cruzei a vereda perdida Vim de lá, volto mais não A pedra na água do poço Desenha a mandala no espelho A moça que sonha com o moço Carece de ouvir bom conselho O destino é um rio vazante Nas linhas da minha mão São Gonçalo do Amarante Dá-nos força e proteção! A onça não teme a zagaia O demo é uma superstição O medo matou na tocaia Meu boi marruá Barbatão Sertão é dentro da gente Sertão é não ter solidão Cantando eu semeio a semente No ermo do meu coração