Ilusão, cercaste nossos campos? Pouco a pouco, um ao outro Do deslumbre ao desencanto. Desconfiado estrangulo O que está previsto. Se ainda resta a carne ao devaneio Resisto. Turbulento sigo sem saber O que fazer. Bebo a luz Da lua E me embriago de prazer. Vivo para crer, morro pra me enganar: mesmo que seja impossível Conjugar o verbo amar. Ia me fazer tão bem Cuidar de alguém. Às vezes a perfeição Não é nada. Sou menos que gostaria, Mas sou mais Do que esperava. "como dois e dois são quatro Sei que a vida vale a pena Embora o pão seja caro E a liberdade pequena". Verdade que engasga Tão difícil De dizer. Os sonhos que eu sonhei Para mim não foram Os mesmos Que você. Vivo para crer, morro pra me enganar: mesmo que seja impossível Conjugar o verbo amar. Ia me fazer tão bem cuidar de alguém. Não ser refém.