O silêncio se espalhou Ocupou todo o lugar E deixou o ar pesado demais Nossa luz se arrastou Parecia escanear Nossos pés imóveis, nada mais Cada gesto era um troféu Fez questão de exibir Um olhar indiferente Teimosia é o nosso véu Previsível a cobrir Cada palmo a nossa frente Não rabisque as paredes de batom vermelho Não me deixe mais recados Bata a porta com cuidado ao sair da casa E apague a frase escrita no espelho do banheiro E eu, teimoso, acreditei Ser possível apagar Começar tudo de novo Como pude? eu não sei É melhor já nem pensar Mais do mesmo, mais um pouco Não rabisque as paredes de batom vermelho Não me deixe mais recados ao acaso Bata a porta com cuidado ao sair da casa E apague a frase escrita no espelho O barulho ecoou e o trânsito parou Dentro da minha cabeça Onde foi parar o chão? Sei que vou pedir em vão Que o meu corpo me obedeça Reticências entre parênteses Um silêncio por entre as têmporas A ricochetear