Tá no silêncio a transcendência da compreensão E no mistério do absurdo a evolução Tá na mortalha rasgada cada ressurreição No fardo escuro de dentro da gente a redenção O peito chove no gargalo e mata a sede da palavra Enquanto os dedos giram notas ao redor do Sol Um candeeiro enferrujado, Aeon Um estilhaço de um espaço em revolução Pra poder somar, tem que diluir Tanta coisa morre sem fluir Pra poder chegar, tem que despedir Tanta coisa parte sem sair O breu da noite lava o dia que já foi manhã E cada corpo que se encontra pede sem razão O amor dilata as veias, bebe a multidão E quando vara brilha forte pra me dar a mão A mão que afaga corta fundo, entorna toante toré Enquanto desce, o céu da boca corre em direção Ao Sol fervente, atômico, Aeon E tudo vira volta queima cinza criação