Nas noites enluaradas Sanfona chorava de alegria Cheiro de pólvora no ar E a Viola acompanhava a cantoria Eram os cangaceiros fugindo da Volante Pelo nordeste inteiro Até que um dia numa emboscada A vida do capitão foi ceifada Na procura de um lar eterno, parou no inferno Irritou-se, teve confusão Quando disseram: Não O danado se inflamou fogo na morada ele tocou Com má-querença foi jogado ao léu Montou em seu cavalo e arribou pro céu Os anjos em romaria chamaram Toda Santidade e o expulsaram Pendurado num balão clamou pelo padre Ciço Romão O santíssimo com decisão formada Mandou voltar pra terra aquela alma penada Sem rumo, sem guarida Ficou a vagar pelo sertão Hoje se faz presente nos repentes Contado nos cordéis da região Se avexe não, se achegue mais, venha pra cá A imperatriz em verso e prosa vem contar No arrasta-pé da passarela da ilusão De verde e branco vai tocar seu coração Seu Virgulino, cabra macho, sim, senhor Pra mais de cem seu Parabelo aniquilou A sua fama ecoou pelo sertão O temido cangaceiro lampião