Meu verso boleia a perna Na curva de um corredor Um pôr de Sol Colorado Veste de um gris azulado A copa das corticeiras Sangradas de seiva em flor Meu verso cansado e triste Avia o fogo em pesar Esperando a noite larga Mateio as ânsias amargas Dos meus penares vaqueanos Já gastos de tanto andar (Meu verso amargo e solito De tanto buscar sem ter Vislumbrado, alvo, imponente Num Sol vermelho nascente Beber água da vertente Na luz de um amanhecer) Meu verso encilha d'espacio Na manhãzita um ritual Como quem recorre um campo Sem pressa por companheira Assobiando uma coplita Sem princípio nem final Meu verso procura a volta E senta o corpo nos bastos Um largo fio de horizonte Revolteia um pañuelo Convidando um caminhante À jornada retomar (Meu verso amargo e solito De tanto buscar sem ter Vislumbrado, alvo, imponente Num Sol vermelho nascente Beber água da vertente Na luz de um amanhecer) E meu verso encurta a rédea Taloneia um mouro pampa Como um gaúcho de estampa No seu mistério de andejar