Por patacoada encilhei o meu mouro Pingo de estouro e de confiança pro arreio Saí no rumo de um cantar que me emociona Dedos de plumas nos botões de uma cordeona Que se desmancha em choramingos e floreios Gaita e guitarra é convite pra uma farra Solto as amarras dos anseios e desejos Por ser andejo eu não respeito distâncias Pra um peão de estância sem agrado, sem carinho Busco meu ninho, nos braços de uma morena Nesses recantos e requintes campesinos Desde menino guardo uma balda haragana Deixar a marca na paleta dos beiçudos Pois um crinudo não se entrega nem por nada Sou queixo duro pra lidar com a potrada Mas delicado quando me agrada a paisano Há muito tempo que campeio uma percanta Dessas que encanta com sorriso de luar E faz vibrar o coração do payador Emudecido vive no mundo a penar Pois sem amor, não tem valor meu cantar