Nesta noite prateada Minha eterna e doce amada A chamar-te me insinua Nos acordes desta lira Que de amor geme e suspira Ante o albor níveo da lua. O rendado da neblina Mais parece uma cortina. Numa festa de noivado A lua é a noiva bela Recostada na janela De um palácio constelado. Desperta! Vem matar o meu desejo. A minh´alma vaga incerta À procura do teu beijo. Dileta! Tu formosa e eu poeta, Quero para os tristes versos meus As rimas dos beijos teus. A natura já me chama O meu peito já reclama A quentura dos teus seios. Os astros são já escassos... Vem sufocar-me em teus braços Antes que eu morra de anseios. As estrelas cintilantes São lanternas dos amantes Pelo espaço a flutuar. Como Deus é inspirado! Inventou para o pecado Estas noites de luar. Desperta! Vem matar o meu desejo. A minh´alma vaga incerta À procura do teu beijo. Dileta! Tu formosa e eu poeta, Quero para os tristes versos meus As rimas dos beijos teus.