Vem da mata o vento a soprar Seu rebento, semente que vai germinar Bem-vindo ao mundo aos olhos de quem voa Escute a sinfonia que ecoa A jornada acabou de começar Descobre o corpo, corre o ninho, ajeita a palha Doce pena que agasalha A queda de um aprendiz Onde o impossível ganha asas O tempo não deixa cicatriz Grandeza no olhar que se aproxima Beleza é ver o mundo lá de cima Marca na pele que a vida é mesmo batalha É caça que a lança não talha Por trás de toda flor Existe o amargor Da folha que descobre a caminhada Sua visão colore o céu de escuridão Conhece do breu, a cor da solidão Se a luz faz a dor cessar Brilho do sol, onde andará? Escorre o tempo Para o corpo do veneno libertar E quando a ferida se fecha Corre o sangue feito flecha Afastando o invasor Som que atravessa a folhagem Imagem que o guerreiro enxergou No doce espelho da vida O sentimento do seu criador É quando o corpo balança, no rito, na dança Que o peito pulsa ao som do maracá Vibra o coração da Tijucano Na força do cocar