Que saudade eu sinto Nunca mais esquecerei Saudade do interior De tudo que lá eu deixei Uma estrada de terra vermelha Sem asfalto e sem mais proteção É assim que o sertanejo gosta Ver poeira subindo do chão Uma jardineira sem horário Dentro dela um modesto chofer Que não marca ponto de parada Para sempre onde a gente estiver E numa casa de pau a pique Onde está a civilização Encontramos pessoas sinceras Dispostas a nos dar a mão Lá existe feijão do melhor E o arroz socadinho do pilão Não se usa comida na mesa Cada qual vai buscar no fogão Hoje sinto saudade de tudo Nunca mais eu vi a jardineira Também não vi mais o meu amor A minha namorada primeira Nunca mais vi o fogão a lenha O que penso não tem solução O meu céu se fechou de repente E hoje vivo nesta solidão