Quando eu te olhei pela primeira vez Não me toquei, Não imaginei o que você em mim faria E ao te ouvir cantar, algo em mim mudou E pouco a pouco sua voz me seduzia Eu contava os dias pra poder te encontrar Minhas mãos tremiam Doidas pra te ter, e te tocar. Quando eu te toquei pela primeira vez Seu colo branco Feito neve do himalaia Deslizei as mãos sobre o seu corpo nu Te afaguei, te desejei, já pressentia A estranha calmaria que precede os temporais Os ventos a varrerem as “folhas fusas” dos quintais E hoje faço versos das suas canções Seu coração, martelo e cordas, é poesia Água a jorrar nos guimarães sertões Em minhas mãos, a inspiração divina Unos, somos um, eu em você, você em mim O ocre e o carmim Ao fundir meus dedos, teclas, ébano e marfim.