Robertho Ázis

Cantos de Mulher

Robertho Ázis


Nos cantos onde a voz de uma mulher impera
Se abre em Sóis a voz em plena primavera
A vivência ainda não forjou, talhou seus laços
Destemida se arrisca em outros novos passos

E vem a voz, infante voz! Voz da cor da branca flor da laranjeira
E vem a voz, infante voz! Voz da cor da branca flor da laranjeira

E a voz verão se faz audaz, sagaz, segura
O dó de peito, o médio, o grave, a tessitura
Inconsequente ousa atravessar, romper fronteiras
Combustível alimentando a forte voz fogueira

E vem a voz, ardente voz! Voz da cor da roxa flor da quaresmeira
E vem a voz, ardente voz! Voz da cor da roxa flor da quaresmeira

E caem os tons e a voz serena se ilumina
Sem arroubos, sonhos de uma voz menina
Tão segura reconhece e tece seus domínios
Voz madura, pontual a nos causar fascínio
E vem a voz, prudente voz! Voz da cor da rósea flor da cerejeira
E vem a voz, prudente voz! Voz da cor da rósea flor da cerejeira

E quando enfim a voz se torna soberana
Voz de acalanto, colo, sábia tibetana
No inverno das canções a embalar recordações
Pacientemente o fim da estação espera
E nina, nina, nina outro canto, outra voz quimera
E nina, nina, nina a voz de outra primavera