Nos cantos onde a voz de uma mulher impera Se abre em Sóis a voz em plena primavera A vivência ainda não forjou, talhou seus laços Destemida se arrisca em outros novos passos E vem a voz, infante voz! Voz da cor da branca flor da laranjeira E vem a voz, infante voz! Voz da cor da branca flor da laranjeira E a voz verão se faz audaz, sagaz, segura O dó de peito, o médio, o grave, a tessitura Inconsequente ousa atravessar, romper fronteiras Combustível alimentando a forte voz fogueira E vem a voz, ardente voz! Voz da cor da roxa flor da quaresmeira E vem a voz, ardente voz! Voz da cor da roxa flor da quaresmeira E caem os tons e a voz serena se ilumina Sem arroubos, sonhos de uma voz menina Tão segura reconhece e tece seus domínios Voz madura, pontual a nos causar fascínio E vem a voz, prudente voz! Voz da cor da rósea flor da cerejeira E vem a voz, prudente voz! Voz da cor da rósea flor da cerejeira E quando enfim a voz se torna soberana Voz de acalanto, colo, sábia tibetana No inverno das canções a embalar recordações Pacientemente o fim da estação espera E nina, nina, nina outro canto, outra voz quimera E nina, nina, nina a voz de outra primavera